Este ano, um grande evento esportivo (a Copa do mundo de futebol) e outro grande evento político (as eleições) devem aflorar no país as manifestações do “ser brasileiro(a)”. Mas o que de fato significa termos nascido aqui? Que notícias “ser brasileiro(a)” dá sobre quem somos, de onde viemos e quais as nossas raízes e relações com os outros países e povos?
Com o título de “Eu nasci aqui”, o trabalho pedagógico da Escola Catavento este ano busca integrar todas as atividades da escola com o objetivo de aprofundar estes sentidos, de modo a apoiar a construção de uma percepção das crianças sobre nossa origem e nossa história.

A diretora Adelia Morelli conta que o objetivo é conectar os processos de ensino e aprendizagem com as histórias das famílias: “Queremos elaborar um projeto para identificar a origem dos alunos e conhecer as suas identidades”. Para isso, todo trabalho deve partir de uma pesquisa a ser feita com os familiares no começo do ano.

Trilhando caminhos

O trabalho de 2018 sobre a identidade do país vem de um acúmulo trilhado a partir dos anos anteriores, que buscaram explorar aspectos de nossa cultura. Em 2016, o tema foi cultura afro-brasileira no projeto Akwaba*. O ano foi marcado por atividades literárias, oficinas de arte, música, dança e momentos de muita investigação e descoberta sobre a cultura africana.

Em 2017, a temática foi a cultura indígena com abordagem pela ética, saúde, meio ambiente, pluralidade cultural e cidadania. O calendário de eventos sobre o tema incluiu uma visita à aldeia indígena Krukutu em Parelheiros.

A diretora Myrian Bayeux conta que “a expectativa para este ano é de que a comunidade possa se apropriar da proposta da escola e se integrar a este projeto, participando da construção coletivamente”.

Conheça os objetivos do projeto “Eu nasci aqui”:

· Saber a história da vida dos alunos;
· Conhecer sua origem e genealogia;
· Pesquisar se há ascendência africana ou indígena na família;
· Conhecer os países das diversas origens familiares e fazer relação com o universo do aluno;
· Conhecer o valor e a importância da miscigenação brasileira;
· Ampliar o conhecimento de mundo através dos povos e suas formas de ser em relação ao Brasil;
· Conhecer a história e o significado do nome de cada criança;
· Trabalhar com retrato e autorretrato;
· Utilizar o desenho como expressão de conhecimento e do respeito à diversidade cultural.

* Akwaba é a “boneca da fertilidade”. Elas são produzidas tanto pela etnia Axante quanto pela etnia Fante.

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