Como fazer um retorno seguro para todas(os)? Como estarmos preparadas para receber bem as crianças que ficaram todo este período longe da escola e distantes dos amiguinhos e das professoras? Como nos apoiarmos como coletivo para que este regresso seja o mais fluido e leve possível? Como fazer isso tudo nos mantendo atentas aos desafios de cuidado e segurança que o momento demanda? Que abordagens usar? Quais não usar?

São tantas as dúvidas que nos mobilizam neste momento, que a Escola Catavento apostou em uma preparação pedagógica diferente neste 2021. Todo ano, antes do retorno às aulas, nossa Equipe faz um encontro onde trocamos ideias e pensamos juntas no planejamento da Escola. “Este ano, a nossa Jornada Pedagógica serviu para conversarmos sobre todas estas perguntas tão importantes que estão presentes na nossa prática e para revisarmos juntas os protocolos de segurança, higiene e saúde acordados com nossa comunidade”, explica a diretora Luciana Morelli.

Na última sexta-feira, dia 29/1, a Escola recebeu a psicóloga Viviane Rossi para apoiar o acolhimento e a preparação das educadoras para receber as crianças. “Consideramos os impactos da pandemia com foco nos aspectos socioemocionais”, explica Luciana. 

Viviane é parceira de longa data da Escola. No ano passado, participou de uma das lives da iniciativa “Conversas Catavento”, Já naquela ocasião, ela apontou para a necessidade de adaptação em um eventual retorno: “da mesma forma que acontece quando vira o ano, se os pais estiverem tranquilos, transmitirão segurança a esta criança. Se estiverem inseguros, a tendência é esta criança também ter algumas inseguranças”, diz.

Além de manter a rotina, dialogar, trabalhar os vínculos importantes para as crianças e estabelecer códigos de convivência, ela deixa outra dica: “é um momento de muita incerteza. Temos que lidar com ele, entrando em contato com as dores e admitindo os sentimentos que temos. Somos humanos e temos sentimentos ambíguos e controversos. Como estamos em um momento muito incerto, temos que fazer planos de curto prazo com objetivos alcançáveis, para não nos frustrarmos ainda mais”. E muita calma. “Estamos em uma situação inusitada e não temos como saber nem controlar nada”, conclui.

Para saber mais: Viviane Rossi   
Atendimento clínico para crianças a partir 3 anos de idade e orientação às famílias.